quinta-feira, 6 de outubro de 2005

Yellow Kitty

Quando estou na loja tenho alguns tempos mortos em que não vem ninguém. Então comecei a faer sacos, bolsinhas, roupa para as Blythes e comecei a fazer um boneco gatinho (porquê um gatinho? hello!). Agora faço-o também antes de me ir deitar, para relaxar.
Decidi arranjar outro blogue para expor as coisas que faço. Chama-se Yellow Kitty, que é o nome de uma banda fictícia de uma personagem fictícia que inventei com um amigo. Como gostei do nome, vou usá-lo como "marca" das coisas que faço.
Podem ver o blogue aqui: (clicar na imagem)



terça-feira, 4 de outubro de 2005

Protesto "Cry More Often"

Quero protestar publicamente contra toda a gente que lida mal com o choro. Com os dos outros, porque cada um sabe de si.
Protesto contra:
  • a ideia fixa que o choro tem a ver com sofrimento, tristeza, algum problema, alguém que nos fez mal, uma alegria, ou qualquer outra coisa;
  • a dificuldade de se ver o choro como uma coisa normal, como uma emoção (ora, ninguém se envergonha de se rir na rua, e ninguém olha para uma pessoa que se está a rir);
  • quem não percebe a incongruência das emoções e acha que há sempre uma explicação para tudo, uma causa;
  • quem acha que não se pode chorar só por chorar, só porque nos apetece
  • quem ler este post e achar que eu ando deprimida, ou a chorar muito, ou, ainda, que estou revoltada com alguma coisa (tirando o que diz respeito a este protesto, claro), ou que achar que estou descompensada (tendo apenas este post como indício)

Às vezes, o choro é só choro, só isso, nada mais. Porque, às vezes, isso basta-lhe. Às vezes ser choro é ser só choro. E isso já é muito importante.

Nota: para quem se estiver ainda a questionar, não, não estou a chorar, não chorei hoje, nem ontem nem anteontem e nem no dia antes.

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Cerejas

Queria mesmo provar uma Cherry Coke...
Cherry Coke é Coca-Cola com sabor de cereja. Foi introduzida no mercado pela Coca-Cola Company in 1985. Foi a primeira Coca-Cola com sabor. em 1986 apareceu a Diet Cherry Coke que foi renomeada para "Diet Coke Cherry" em 2005.



sexta-feira, 30 de setembro de 2005

Vácuo

Tenho um ficheiro do Word, de 2002, que se chama Vácuo. Basicamente são pequenos poemas, textos ou frases soltas que eu escrevia no telemóvel antes de adormecer.
A descrição do blogue (As gargalhadas, que antes eram fortes e vigorosas, deram a vez ao silêncio... Emudeceram juntamente com o brilho do meu olhar... A dor deu origem ao vácuo...) é um excerto de um desses textos, o primeiro que copiei para o word. Por causa deste texto, o documento do word chamou-se "vácuo", e veio dar origem ao nome do blogue.

Já publiquei aqui, aqui e aqui alguns desses pequenos textos.


Hoje vou escrever outro, um de que gosto muito, fala sobre o amor.

As copas das árvores florescem, agora, neste dia cinzento e triste, qual fado alegre que os passarinhos cantam para embalar o sono de uma criança.
Eu amo-te sempre amor. Com as contradiçoes fingidas do dia a dia, com o egoísmo escondido de quem oferece um presente, com a inveja de um beijo e com o ciúme de um olhar.
Estas coisas não são boas e cuido para que as tenhas.
Porque te amo amor, porque te amo sempre...

Telemóvel, 2002

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Non Sense

O gato Artémis foi à loja comprar limões porque gostava muito de limões.

sábado, 17 de setembro de 2005

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Butterflies

De Frank and Frank.
Carrega em cima da imagem para veres o original, se estiver muito pequeno carrega no icone para expandir, provavelmente o teu browser diminui para caber na janela.


quinta-feira, 15 de setembro de 2005

A Love Song for Bobby Long

"Some people reach a place in time where they've gone as far as they can. A place where wives and jobs collide with desire. That which is unknowable and those who remain out of sight. See what it is invisible and you will see what to write. That's how Bobby used to put it. It was the invisible people he wanted to live with. The ones that we walk past everday, the ones we sometimes become. The ones in books who live only in someones mind's eye. He was a man who was destined to go through life and not around it. A man who was sure the shortest path to Heaven was straight through Hell. But the truth of his handicap lay only in a mind both exalted and crippled by too many stories and the path he chose to become one. Bobby Long's tragic flaw was his romance with all that he saw. And I guess if people want to believe in some form of justice, then Bobby Long got his for a song."



terça-feira, 13 de setembro de 2005

A Viagem da Bia II - Recordações

A Bia disse-me que o sítio que mais gostou foi Bled, na Eslovénia. Ela não se calou enquanto não lhe prometia que arranjava a foto mais bonita dela e a punha aqui.
Bem, o prometido é devido. Aqui vai:

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Parafilias

Estive a ler o capítulo sobre as parafilias (perversões sexuais) de um livro mto bom - A banha da cobra? Ensaio obre a prática psiquiátrica contemporânea, do Victor Amorim Rodrigues e da Luísa Gonçalves. O Vitor Rodrigues foi meu prof. de psicopatologia no 3º ano. Mto bom. O prof e o livro.
Entre as diferentes culturas, as práticas sexuais consideradas normais, variam de sociedade para sociedade, não há um consenso entre todas, nem todas aprovam ou rejeitam todas. O que também acontece ao longo da história. A homossexualidade, além de aceite por muitos, já não é punida, pelo menos na nossa sociedade. E toda a gente sabe, ou devia saber, que a masturbação, além de saudável, não faz mal a ninguém.

Segundo o livro, as principais parafilias existentes são:
- Exibicionismo
- Fetichismo, também há o fetichismo com travestismo (este travestismo apenas se relaciona com o que acontece em contextos sexuais)
- Froteurismo - aquelas pessoas que se roçam nas outras, quando a ocasião não se proporciona, como nos transportes públicos
- Masoquismo sexual - é a única que afecta um número significativo de mulheres (e por favor, não digam que, mesmo que até possa parecer, que nós gostamos de apanhar)
- Sadismo
- Voyeurismo


Outras menos frequentes:

- Envolvendo obscenidades telefónicas
- Necrofilia
- Zoofilia
- Coprofilia (fezes)
- Urofilia (urina)
- Clismofilia (clisteres)

Devo também esclarecer que as pessoas que sofrem deste tipo de patologia não a encaram como uma doença, parecendo-lhes um fenómeno normal.

E a questão que coloco é: até que ponto as parafilias são patológicas?

Toda a gente sabe que, ainda hoje, nas zonas do interior, rurais, a zoofilia é um fenómeno comum, e encarado com naturalidade. Afinal um pastor tem que satisfazer as suas necessidades?!? E se a única coisa que tem 'à mão' (ou a outro local entre as pernas) é uma ovelha, o pobre do senhor tem que se 'arranjar' com aquilo que tem...
A minha sorte é que quase ninguém sabe da existência do blog, se não ia ter uma série de sxe, vegans e vegetarianos a cair em cima de mim por causa da pobre ovelha. É claro que eu tenho pena da ovelha. Penso que o homem não deve 'juntar o gado todo'... mas... se ele se sente bem... E se na nossa sociedade a zoofilia fosse aceite? E pode até ser um ciclo vicioso, pq me leva mais uma vez à questão do que é normal e do que é patológico. Mas será que a sociedade é assim tão importante? A resposta é afirmativa, eu sei. Mas - e tb sei que já vou em muitos mas - mas e se nos esquecermos da sociedade, e se pensarmos só na cabeça (a de cima, tanta perversão está a deixar-me confusa), será que a zoofilia é assim tão patológica?

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

Quando eu tinha 16 anos e ia à discoteca

The Cure - Just like Heaven


Show me how you do that trick
The one that makes me scream she said
The one that makes me laugh she said
And threw her arms around my neck
Show me how you do it
And I promise you I promise that
I’ll run away with you
I’ll run away with you
Spinning on that dizzy edge
I kissed her face and kissed her head
And dreamed of all the different ways I had
To make her glow
Why are you so far away? she said
Why won’t you ever know that I’m in love with you
That I’m in love with you

You
Soft and only
You
Lost and lonely
You
Strange as angels
Dancing in the deepest oceans
Twisting in the water
You’re just like a dream

Daylight licked me into shape
I must have been asleep for days
And moving lips to breathe her name
I opened up my eyes
And found myself alone alone
Alone above a raging sea
That stole the only girl I loved
And drowned her deep inside of me

You
Soft and only
You
Lost and lonely
You
Just like heaven

sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Antony & the Johnsons,

Antony & the Johnsons - I am a Bird Now

Sem palavras, qualquer coisa que eu não consigo explicar, mas que é bom, é muito bom... Quando se ouve, não se acredita.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Ataque a uma Blythe loira por um gato preto à janela

Modelos: Artémis Napoleão António & Maria do Mar
Fotógrafo: Eu (assustada)

A Viagem da Bia

Hoje a Bia parte, com a minha irmã, para a Eslovénia e Croácia. A Bia, a minha petit blythe, já está farta de viajar. Já que eu não vou, vai ela, p'ra me contar o que vir. Já tenho saudades...
Para a recordar, uma uma foto dela, quando pensava que era a polegarzinha.


terça-feira, 30 de agosto de 2005

Porto II

Sim, é verdade Catarina! Ainda bem que esta viagem aconteceu e que a distância física não nos separou. Foi preciso esperar 5 anos (por aí) para percebermos que nada mudou. Que os sentimentos são os mesmos e não se dissiparam com o tempo e a distância. É bom, aliás, muito bom, saber disso. Também foi bom descobrirmos isto tudo na cidade maravilhosa que é o Porto. E com as pessoas maravilhosas que vivem lá, que o tempo e a distância também não afastaram. E as pessoas novas. Não mudava nada!!! Bem, talvez adiasse o acampamento de umas certas pessoas...


Porto

Quando tiver mais tempo (leia-se "não faço ideia quando"), escrevo mais sobre a minha ida ao Porto com a Catarina. Devo apenas dizer que estou apaixonada...
Por enquanto, uma foto da Maria.


segunda-feira, 22 de agosto de 2005

Aquarela

Toquinho - Vinicius de Moraes - M. Fabrizio - G. Morra




Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando contornando
A imensa curva norte sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando
é tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo
Um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo
Sereno indo
E se a gente quiser
Ele vai pousar
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos, bebendo de bem com a vida
De uma América à outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
E depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
Que descolorirá
E se faco chover com dois riscos tenho um guarda-chuva
Que descolorirá
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Que descolorirá

Muito Mais Que Bonito

A animação "Aquarela", produzida pelo Mundo da Criança e pelo Laboratório de Desenhos, recebeu o prémio "Liv Ullmann Peace Prize", no Chicago International Children's Film Festival (Festival Internacional de Filmes Infantis de Chicago), o maior e mais antigo festival de filmes infantis do mundo, que teve sua 20ª edição realizada entre 23 de outubro e 2 de novembro de 2003.
Este prémio é concedido anualmente pela organização do Festival de Chicago ao filme que traduza, da forma mais sensível, o desejo de paz e harmonia entre as crianças.
"Aquarela" é uma animação para a música de Toquinho e Vinícius, e foi realizado por André Koogan Breitman e Andrés Lieban.



A animação pode ser vista aqui.

Love can turn you upside down.

Somersault ****


Somersault é uma história de aprendizagem de uma jovem que irá conhecer o verdadeiro significado do amor, da família e da amizade.
Este filme australiano realizado por Cate Shortland, conta-nos a história de uma jovem de 16 anos, Heidi, que vive para encontros sexuais fortuitos, uma forma de combater o medo que tem de ficar sozinha.
Heidi foge de casa após ter sido apanhada com o namorado da mãe, pela própria mãe. Viaja, então, de Camberra, para Jindabyne onde consegue emprego numa bomba da BP. Conhece Irene e Joe, que a ajudarão a perceber o poder do perdão e a aprender que tem mais para dar do que poderia imaginar.
A história é bonita, os actores são bons, a paisagem é bonita e a fotografia é excepcional. Outra coisa muito boa é a banda sonora, dos Decoder Ring.
Ganhou 13 prémios do Australian Film Institute, entre os quais Melhores Filme, Realização, Melhor Actriz, Melhor Actor e Argumento.

Vale a pena ver! Mesmo!

sexta-feira, 19 de agosto de 2005

quinta-feira, 18 de agosto de 2005

I Wish I Was A Blythe Doll

A Constança.
Ela é deslumbrante!



terça-feira, 16 de agosto de 2005

O Tacto

Banda sonora: Christopher Cross - Sailing (hoje voltei ao passado)


Há muito tempo que nao voltava a escrever para a série Os 5 sentidos. (Ver também a Audição.)
Hoje vou escrever sobre o Tacto.


do Lat. tactu
s. m., sentido da palpação.


Coisas que gosto de sentir, tocar... cabelos debaixo de água (quando parecem leves como plumas e macios como a seda), seda e plumas, água, relva molhada e fresca, terra (sem minhocas), o artémis, a pele de algumas pessoas, a minha pele, caxemira, paredes rugosas, paredes lisas, papel de parede, as espuma da água do mar, bichos da seda, massa de pão, borboletas e joaninhas, o nariz dos cães, pão quente, conchinhas e pedrinhas polidas, algodão doce (apesar de ficar com as mãos pegajosas), o chão frio sob os pés, o vento que passa por entres os dedos qaundo se põe a mão de fora da janela do carro, lençóis, pálpebras e pestanas, a neve, a língua, a areia, a chuva, um casaco quentinho, uma mão, duas mãos, a espuma do banho (também resulta com a de lavar a loiça, mas é um pensamento muito menos romântico), um bilhete de um concerto ou um espectáculo que goste muito, discos de vinil, o coração a bater, livros, papel reciclado, barbas, o teclado, uma caneta e a textura de uma folha quando se escreve com muita força e as plavras ficam marcadas.
É sempre impossível lembrar-me de tudo...

sexta-feira, 5 de agosto de 2005

Hoje

Hoje, na minha aldeia, vai entardecer assim:



E o sol, esse, brilha menos.

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

The Arcade Fire

Nem sei o que dizer, estou totalmente extasiada... É... demasiado.




    Quero agradecer à Polliejean por me ter falado neles! Muito muito obrigada!

    sexta-feira, 29 de julho de 2005

    Um Ano

    Este é o meu 58º post! O blogue fez 1 ano no dia 26! Fico feliz!
    Acho que pôr aqui uma foto alusiva a aniversários, ou entrar numa onda nostálgica e falar do ano que passou, não faz muito sentido, além de dar muito trabalho. Assim sendo (desde que escrevi a revisão de literatura da monografia não consigo começar frases de outra forma "assim sendo"; "assim", "ou seja"; "no entanto", etc; ufaaa, ainda bem que está quase no final), decidi republicar o meu 1º post. Está graficamente diferente, mas um ano também é evolução.

      quinta-feira, 28 de julho de 2005

      Um Disco

      Kings Of Convenience - Riot on an empty street
      Cayman Islands
      Through the alleyways to cool off in the shadows
      then into the street following the water
      there's a bearded man paddling in his canoe
      looks as if he has come all the way from the cayman islands

      these canals, it seems, they all go in circles
      places look the same, and we're the only difference
      the wind is in your hair, it's covering my view
      I'm holding on to you, on a bike we've hired until tomorrow

      if only they could see, if only they had been here
      they would understand, how someone could have chosen
      to go the length I've gone, to spend just one day riding
      holding on to you, I never thought it would be this clear

      Um Filme

      "Mar adentro, mar adentro, y en la ingravidez del fondo, donde se cumplen los sueños, se juntan dos voluntades para cumplir un deseo.Tu mirada y mi mirada como un eco repitiendo sin palabras: más adentro, más adentro, hasta el más allá del todo por la sangre y por los huesos.Pero me despierto siempre y siempre quiero estar muerto para seguir con mi boca enredada en tus cabellos."

      segunda-feira, 25 de julho de 2005

      Cama Azul

      Grande cama azul... repousam agora em ti as minhas dores, os meus pecados...
      O meu corpo jaz estendido nas tuas finas plumas...
      Que outros corpos alojas tu em segredo?

      sábado, 23 de julho de 2005

      Vazio

      Como seria se os estores não tivessem buraquinhos?

      O Mar Sabe

      Banda Sonora Aconselhada: as ondas


      OS ENIGMAS

      Perguntastes-me o que fia o crustáceo entre suas patas de ouro
      e eu respondo-vos: O mar sabe.
      Dizeis-me o que espera a ascídia no seu sino transparente? O que espera?
      Eu digo-vos: como vós, espera o tempo.
      Perguntais-me o que alcança o braço da alga Macrocustis?
      Indagai-o, indagai-o a certa hora, em certo mar que eu sei.
      Sem dúvida me perguntareis pelo marfim maldito do narval, para que vos responda
      de que modo o unicórnio marinho agoniza arpoado.
      Perguntai-me talvez pelas plumas alcionárias que tremem
      nas puras origens da maré austral?
      E sobre a construcção cristalina do pólipo baralhastes, sem dúvida,
      uma pergunta mais, desfiando-a agora?
      Quereis conhecer a matéria eléctrica das puas do fundo?
      A armada estalactite que caminha a quebrar-se?
      O anzol do peixe pescador, a música estendida
      na profundidade, como um fio na água?

      Quero dizer-vos que tudo isto sabe o mar, que a vida nas suas arcas
      é vasta como a areia, inumerável e pura
      e entre as uvas sanguinárias o tempo poliu
      a dureza de uma pétala, a luz da medusa
      e debulhou o ramo das suas fibras corais
      numa cornucópia de nácar infinito.

      Não sou senão a rede vazia que adianta
      olhos humanos, mortos naquelas trevas,
      dedos acostumados ao triângulo, medidas
      de um tímido hemisfério de laranja.

      Andei como vós, escarvando
      a estrela interminável,
      e na minha rede, na noite, acordei nu,
      única presa, peixe preso no vento.


      Pablo Neruda

      sexta-feira, 22 de julho de 2005

      Para Ti

      Banda sonora aconselhada: The Smashing Pumpkins - Mayonaise (in Siamese Dream)

      estava à Tua espera.
      sabia que vinhas!
      oh, e vieste tao lindo...
      com lábios doces e maos abertas.
      os teus olhos, caminho aberto para a tua alma,
      abundam amor.
      queria colar-lhes os meus lábios,
      entrar na alma tua e,
      com pozinhos de prelimpimpim,
      viajar p'ra terra do nunca.
      onde nada mais houvesse que o verdadeiro amor.
      quisera eu que tu e eu fossemos um.
      quisera ainda eu que entrasses em mim,
      que fosses alma minha,
      e fosses a dor que sinto
      porque nao te tenho em mim
      e porque nao estou em ti.
      as lágrimas escorrem pela minha face,
      que nao te tivesse conhecido antes do amor.
      e se o amor durasse p'ra sempre?
      e se tu fosses a minha eternidade?

      quinta-feira, 21 de julho de 2005

      A Long Way There

      Lembro-me de uma canção da minha infância que dizia "O caminho é longo mas tu és capaz"...


      A descobrir

      Gilbert & George


      The End.

      "All things must surely have to end" (BC)

      Fartei-me! Estou farta de viver a minha vida agarrada às coisas que aconteceram no passado, a outras pessoas. É altura de começar a viver a minha vida, sozinha, só para mim. Fazer as minhas coisas e fazê-las só para mim. Lutar por mim. Pensar em mim.
      Vai ser difícil largar o resto... Bem, vou pôr tudo num cofre com chave. Atiro a chave fora. Em último caso, ou arrependimento, há sempre hipótesede o arrombar.

      segunda-feira, 18 de julho de 2005

      Serenidade

      Segundo o Ricardo a experiência será melhor se adicionarmos a parte inicial da Gorecki.


      Relaxa...
      Não penses mais...
      Guarda as recordações num saquinho de linho
      E atira-o ao mar.
      Descansa...
      Não caminhes mais...
      Descalça as tuas meias de lã
      E enterra-as no chão.
      Deita-te...
      Não te afrontes mais...
      Despe a tua roupa
      E faz dela a tua almofada.
      Sonha...
      Não te preocupes mais...
      Solta os teus cabelos
      E mergulha.
      Dorme...
      Não escrevas mais...

      2002

      segunda-feira, 4 de julho de 2005

      sexta-feira, 1 de julho de 2005

      Título Não Disponível

      Um contador? Podia pôr um contador no blog...
      Mas, oh, ninguém vem cá. Será que vem alguém? O contador vai ter valores tão baixos que vai ser vergonhoso... Mas tenho curiosidade, será que vem mesmo cá alguém?
      Bem, lá me decidi e pus. Afinal há quem venha aqui. Não é um número grandioso, mas já tenho duzentas e poucas visitas. Há quem venha cá uma vez, ha, ainda quem volte... Acho que estou contente... Sim, estou!
      Descobri há muito pouco tempo que podemos registar o nosso site no google, se calhar também dá com outros motores de busca... Confirmei, fui ao google, o meu blog não foi encontrado. Não fazia ideia... shame on me!
      Ora, é claro que gosto que o meu blog tenha visitas! Bem, agora só queria comentários... Uma coisa de cada vez!!!
      Aqui está, para mais tarde recordar:

      terça-feira, 28 de junho de 2005

      Saudades

      Fico dias sem postar mas há noites em que preciso de o fazer mais que uma vez. Compensação?

      Tenho saudades de dar mais atenção às Blythes...



      ...E de tirar fotos ao Témis.

      Hoje

      Hoje tive um dia igual a todos os outros: vazio.

      quarta-feira, 22 de junho de 2005

      The Smashing Pumpkins

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      Ontem, numa declaração que o Billy Corgan publicou no Chicago Tribune, ele revelou que tinha planos para o futuro dos The Smashing Pumpkins. Ora, quem me conhece sabe que eu amo esta banda! Choque! Êxtase total! Muita emoção! Wow!
      Os Smashing, a minha banda, poderão voltar… Bom demais! E eu fiquei muito contente. Mas só agora percebi. Tenho o winamp ligado com várias músicas que estão a tocar aleatoriamente, quando, de repente, ouço os primeiros acordes da Disarm. Ok! Pára tudo! Eu percebi a razão de tanta felicidade! O facto de haver uma hipótese de tornar a ouvir as músicas que eu adoro ao vivo. De poder cantar a Disarm com o Billy e com centenas de pessoas. Acho que mais do que ouvir coisas novas da “minha banda”, é o facto de poder ver os concertos deles ao vivo que me alegra mais. Músicas novas o Billy podia continuar a fazer sozinho. Mas não, nada paga um concerto de Smashing ao vivo. Isso é tanto! Só feliz!

      sábado, 11 de junho de 2005

      Cap? Pas Cap?

      Jeux d'Enfants

      “Pour gagner ce jeux, il faut une jolie boîte, une jolie copine, et le reste on s’en fout...”


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      terça-feira, 7 de junho de 2005

      It's all about me!

      Há 10 anos
      01. Lia poemas do Frank Zappa à hora de almoço
      02. A primeira traição de uma amiga
      03. A morte de alguém que amava muito
      04. Divertia-me imenso

      Há 5 anos
      01. Ainda me divertia imenso
      02. Apanhei a maior desilusão da minha vida quando soube que os Smashing iam acabar
      03. O melhor concerto da minha vida: 15 de Janeiro de 2000, The Smashing Pumpkins, coliseu dos Recreios, Lx
      04. 1ª da fila!! Weee!!

      Há 4 anos
      01. O Artémis escolheu-me!!

      Há 2 anos
      01. Continuava a divertir-me
      02. As coisas nem sempre foram fáceis
      03. Fiz uma endoscopia
      04.Concerto de Zwan!!!

      Há 1 ano
      01. Não vi o Billy
      02. Ofereceram-me 2 Blythes!!
      03. O Artémis fez 3 anos
      04. Before Sunset
      05. Amigos!

      Ontem
      01. Fui ao dentista
      02. Tive muito calor
      03. Monografia

      Hoje
      01. Dores menstruais
      02. Festas ao Artémis
      03. Monografia
      04. Muito calor

      Amanhã
      01. Ispa e monografia
      02. Divertir-me
      03. O meu avô faz anos

      5 coisas sem as quais não consigo viver (ok, serão 7)
      01. O Artémis
      02. Os amigos
      03. A música
      04. As Blythes
      05. Os livros
      06. Lisboa e S. Miguel
      07. A família

      5 Coisas que compraria com $1,000
      01. Blythes
      02. Qualquer coisa linda para o Artémis
      03. Voltava a Londres
      04. Um jantar com os meus amigos
      05. A quem estou a tentar enganar?!? Acessórios para as Blythes!!!

      5 dos meus maus hábitos
      01. Dormir demasiado
      02. Gostar de falar quando estou a ver um filme
      03. Falar incessantemente do Artémis e das Blythes
      04. Preguiça
      05. Atrasar-me

      5 programas/séries televisivas de que gosto
      01. Will & Grace
      02. Seinfeld
      03. Alias
      04. Late Night with Conan O'Brien
      05. A liga dos últimos

      3 coisas que me assustam
      01. Répteis
      02. Pessoas que não gostam de gatos
      03. Elevadores

      3 peças de roupa que trago vestidas
      01. Calças
      02. Chinelos
      03. T-shirt

      4 bandas/músicos favoritos
      01. The Smashing Pumpkins
      02. Billy Corgan03. Sigur Rós
      04. Kings of Convenience

      3 coisas que gostaria muito de fazer neste momento (4?)
      01. Russel Square
      02. Navegar no ebay com dinheiro
      03. Abracinhos!!
      04. Marrrrrr

      3 lugares que gostaria de visitar quando em férias
      01. Japão
      02. Galiza
      03. Londres

      Questionário adaptado daqui.

      OH NÃO!!!!

      Oh não! Oh não!
      Fui enganada durante toda a minha vida!?! E o Popeye???

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      quinta-feira, 2 de junho de 2005

      The End Never Comes

      Rescued in your embrace
      From the shadow of a sweet sorrow
      That takes me in her grey wings
      And carry me to the other side
      It's never long enough
      It's never gone enough
      And it flies and flies
      And the end never comes
      we don’t know the path to take
      We don't have a place to rest
      The end is so very lost
      And it's never far enough
      It's never dark enough
      And we fly and fly again
      We go up and down we go
      We're lost in this end
      And the end never comes
      And the end never ends

      sexta-feira, 13 de maio de 2005

      A viagem


      Pouca-terra-pouca-terra-uuuu-uuuUUUuuu
      Pouca-terra-pouca-terra-uuuu-uuuUUUuuu


      Em poucos lugares me sinto tão bem como num comboio. Num qualquer, apesar da preferência pelos interregionais.

      Quando se viaja de comboio, e se quer desfrutar ao máximo, são precisas três coisas: uma mente confusa, um caderno para escrever (ou um livro) e a nossa música. É assim que tento viajar sempre. Devo confessar que nunca abandono nenhuma destas coisas.

      Quando estou farta de esperar na estação, ouço, melhor ou pior, uma voz que anuncia a sua chegada e que me promete uma viagem diferente. Começo a ficar mais calma. Ah! Não, ainda não! Esqueci-me que vem aí o comboio. Agora vai ser a confusão de entrar, procurar o lugar, marcado ou não. Dá-me licença? Desculpe. Só um jeitinho… Obrigada! Ouço a buzina que grita partida.
      Chego finalmente ao lugar, o lugar escolhido (provavelmente pelo acaso), o lugar eleito para uma grande viagem. (Acho que os lugares são intemporais. Um lugar é efémero, é aquilo que mais temos de nosso e que menos possuímos. É isso. Acho que um lugar é isso.)
      Agora sim, começo a ficar mais calma. As pessoas vão sentando-se. A poeira torna a baixar. Chegou a hora de embarcar na mais maravilhosa das jornadas. A viagem do pensamento, do tudo, das árvores que se vêem da janela, do rio, do nevoeiro, do sono, da chuva, do nada, das palavras, do sonho.
      A música é a primeira a chegar. É importante que seja a primeira. É importante que seja nossa. E é, ainda, importante que nos faça sentir… qualquer coisa… tudo…ou mesmo… nada. Ou que não nos faça sentir de todo.
      Ajeito-me (como que a enroscar-me) no banco até me sentir confortável. Olho para o mundo que corre lá fora. Já que eu, eu, estou num lugar sem tempo, numa viagem que dura um tempo que não existe.
      Já estou quase calma: ainda falta o revisor. O revisor vem sempre. Bem ou mal disposto. Mais ou menos sorridente. Mas vem. Gosto sempre quando o revisor sorri para mim e me diz “obrigado”. Eu retribuo.
      Estou calma.
      Agora junta-se tudo, a paisagem lá fora, a música, o livro que folheio ou a ponta da caneta que caminha sobre o caderno branco. O movimento do comboio acolhe-nos, uma mãe que embala um filho nos braços. Somos todos só um. Em movimento. Num lugar e num tempo que não existe. A realidade afasta-se cada vez mais.
      O sonho é sempre a opção seguinte. A dormir ou acordada. Longe. Estou tão longe… E o mundo gira. E as pessoas nascem, vivem e morrem. As suas vidas. As suas verdades e os seus segredos. Os animais e as árvores. A água que corre para o mar e para a terra. As pessoas que se destroem, a elas próprias, aos outros. E eu, tão longe… Eu estou tão longe. Anjos que cantam, pés que caminham sobre o mar, copas de árvores que chegam ao céu, animais que falam e eu, eu posso…voar. Longe. Tão calma.

      Anunciam a estação antes da minha¹. O tempo recomeça a passar. O mundo torna a girar cá dentro. A vida torna a ser minha e a depender das minhas decisões. Sou eu de novo. A calma demora sempre menos a partir que a chegar. Anunciam a minha estação. Arrumo o caderno e a caneta (ou o livro). Desligo a música. Visto o casaco (há quase sempre um casaco a vestir). Levanto-me e caminho até à porta. O comboio pára. Saio. O mundo gira cá fora. Já não estou calma.




      Nota: Tudo isto deixa de ser verdade quando o acaso escolhe para o lugar atrás do nosso uma criança alegre e activa, especialmente se tiver um brinquedo com som.



      1 - Nem sempre anunciam a estação. O anúncio é feito apenas no intercidades e no alfa. Nos outros comboios tenho que as ver, implicando uma maior atenção que, com o tempo, é quase um reflexo.

      segunda-feira, 9 de maio de 2005

      Vinicius de Moraes

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      O Gato

      Com um lindo salto
      Lesto e seguro
      O gato passa
      Do chão ao muro
      Logo mudando
      De opinião
      Passa de novo
      Do muro ao chão
      E pega corre
      Bem de mansinho
      Atrás de um pobre
      De um passarinho
      Súbito, pára
      Como assombrado
      Depois dispara
      Pula de lado
      E quando tudo
      Se lhe fatiga
      Toma o seu banho
      Passando a língua
      Pela barriga.


      in "Poesia completa e prosa: "Poemas infantis""

      terça-feira, 26 de abril de 2005

      Almost Normal





      You Are 55% Normal

      (Somewhat Normal)









      While some of your behavior is quite normal...

      Other things you do are downright strange

      You've got a little of your freak going on

      But you mostly keep your weirdness to yourself


      Yesss!!! I knew it!!!!!

      Incrível! Eu sempre soube que Londres era a minha cidade, mas fiquei parva quando um simples teste (ou um teste simples) o confirmou!!!







      You Belong in London


      A little old fashioned, and a little modern.

      A little traditional, and a little bit punk rock.

      A unique woman like you needs a city that offers everything.

      No wonder you and London will get along so well.


      What City Do You Belong in? Take This Quiz :-)



      Find the Love of Your Life
      (and More Love Quizzes) at Your New Romance.



      terça-feira, 12 de abril de 2005

      Garden State

      “I know it hurts. But it's life, and it's real. And sometimes it fucking hurts, but it's life, and it's pretty much all we got.”


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      quinta-feira, 7 de abril de 2005

      Estou viciada!

      I am "the boner that brushes up against you in the elevator"!!!


      Made by the fine folks at
      daylighttwilight.com

      terça-feira, 5 de abril de 2005

      Vou descobrir quem sou!

      Quando chegar ao centésimo teste hei-de chegar lá...

      sábado, 26 de março de 2005

      What Smashing Pumpkins song am I?

      thirty-three
      You are "Thirty-Three" from the album
      "Mellon Collie and the Infinite
      Sadness."

      What Smashing Pumpkins Song Are You (lots of outcomes)?
      brought to you by Quizilla

      Voltar à Nazaré

      Ver: Eternidade

      Voltei à Nazaré num dia de inverno. Cheguei cedo. As ruas tinham ainda pouca gente e a praia estava cheia de gaivotas que descansavam na areia. O céu estava limpo e o cheiro do mar pairava por todo o lado.
      É sempre bom ir à Nazaré num dia assim. Aproveitar o que de melhor tem e sentir-lhe o cheiro. o cheiro da Nazaré é totalmente indescritível. O mar, a areia, as pessoas, as ruas nem sempre muito limpas (se bem que a Nazaré, parece-me, está a ficar cada vez mais limpa). Até as casas de banho têm um cheiro próprio (todas, por muito limpas que estejam). Passei grande parte da minha infância na Nazaré. Quando ainda havia espaço para brincar na areia e as pessoas não eram tantas como agora. Para mim, a Nazaré no verão tornou-se insuportável. Não há espaço na areia, há gente em todo o lado, há filas. Eu gosto de confusão mas depois do ano inteiro em Lisboa, prefiro ver menos gente e ter mais espaço à minha volta.
      Sinto-me triste por a Nazaré que eu conheci já não existir. E por nao gostar muito da nova. Agora, ir à Nazaré no inverno é a unica opção. E gosto. Gosto que haja uma Nazaré no inverno. Gosto de poder lá voltar e de o fazer mesmo.
      Desta vez não tinha máquina fotográfica. Mas tirei umas quantas de memória. E guardo-as aqui. Para nunca me esquecer da areia que enterrou parte do meu passado. E para lá voltar sempre.

      Cutie Pie

      Ohh, não consigo deixar de "postar" as fotos do témis.

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      sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

      quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

      Too much love...



      A minha Blythe, Constança, e o Artémis, o meu charmoso gato preto.

      sábado, 12 de fevereiro de 2005

      Carnaval

      Na terça foi carnaval. Na verdade, já não sei o k isso é... é outro dia de entre os dias... só um dia. as máscaras já não fazem sentido, apesar de às vezes se querer ser quem e o que não se é. Sim, deve ser esse o dia de carnaval. O dia de ser o que se quer, quem se quer... de fazer o que não se pode fazer nos outros 365 ou 364 dias do ano. Afinal, ninguém leva a mal! - é o que diz o ditado popular. Não sei se a palavra ditado é a mais certa, mas é o que se diz no carnaval. Nesse dia ninguém é louco ou parvo. Cada um escolhe o que vai ser. Uma joaninha ou um diabo ou uma fada ou uma borboleta ou um anjo ou o abominável homem das neves ou o capuchinho vermelho ou uma princesa ou um rei ou uma bailarina ou o super homem .......................... ou .......................... ou ................................. pregar partidas à vida...

      segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

      quinta-feira, 30 de dezembro de 2004

      Degraus



      Agora que vem aí um ano novo (são só mais dias) é costume olhar-se para trás e fazer-se resoluções para o futuro.
      Esta foto? Acho que umas escadas se podem comparar aos dias e, consequentemente, à vida, dia após dia. Às vezes tropeçamos, outras subimos dois degraus de uma vez, outras ainda nos esquecemos de alguma coisa num degrau e voltamos atrás... E assim vamos vivendo, degrau após degrau... É claro que esta é uma visão reducionista da coisa (também chamada de vida). Mas mesmo assim, espero que todos os dias das nossas vidas sejam uma escada bonita, com algumas partes em caracol e com degraus baixinhos, fáceis de subir. E espero, principalmente, que a subida nos dê muito prazer.

      quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

      Before Sunrise

      "Can the greatest romance of your life last only one night?"





      "If there's any kind of magic in this world, it must be in the attempt of understanding someone, sharing something. I know, it's almost impossible to succeed, but... who cares, really? The answer must be in the attempt."


      A primeira vez que vi este filme tinha cerca de 16 anos. Acho que não poderia ter havido uma melhor idade para ver um filme assim.
      Um gajo e uma gaja conhecem-se num comboio e passam uma noite em Viena.
      É só isto e já é isto tudo. Duas personagens: um jovem norte-americano - Jesse (Ethan Hawke) - e uma rapariga francesa - Celine (Julie Delpy). Podia ter sido qualquer pessoa. Isso é uma das coisas que me fascina no filme, é que podia ter sido eu, ou o meu vizinho do lado, ou o vizinho dele. São pessoa normais, com vidas normais, cheias de sonhos, desilusões, medos, vergonha, amor para dar... Conheceram-se num comboio, sim, num comboio, o sítio ideal para conhecer pessoas. Não, não foi num avião.
      Passam 14h em Viena, na rua, em transportes públicos, cafés, numa discoteca (aquelas que vendem discos), num parque de diversões, num cemitério, numa igreja, num jardim...
      O filme fala de amor, tema já abordado por milhares de filmes. O que o distingue dos outros? Bem, quase tudo, acho que o próprio amor. A simplicidade do próprio amor. A sinceridade, hoje em dia difícil de encontrar, necessária ao próprio amor. E não consigo deixar de escrever a palavra amor em todas as frases, já que o filme transborda amor, em todas as suas vertentes.
      Os diálogos de Jesse e Celine (posso tratá-los assim, conheço-os tão bem) são absolutamente brilhantes. As ideias, os ideiais, a forma de ser e de estar de quem ainda acredita na vida e no amor.

      Celine: If there's any kind of magic in this world, it must be in the attempt of understanding someone, sharing something. I know, it's almost impossible to succeed, but... who cares, really? The answer must be in the attempt.

      Celine: We're all happy and free as long as I can fuck as much as I want.

      Celine: No, then it sounds like a male fantasy. Meet a French girl on the train, fuck her, and never see her again.

      Celine: You know, I have this awful paranoid thought that feminism was mostly invented by men so that they could like, fool around a little more.

      Jesse: I don't know, I think that if I could just accept the fact that my life is supposed to be difficult. You know, that's what to be expected, then I might not get so pissed-off about it and I'll just be glad when something nice happens.


      A forma como as duas personagens se vão relacionando ao longo da noite, à medida que se vao conhecendo melhor, que a noite avança e o tempo para ficarem juntos começa a diminuir.

      Celine: You know what I want?
      Jesse: What?
      Celine: To be kissed.
      Jesse: Well I can do that.

      Os olhares.

      Celine: I like to feel his eyes on me when I look away.

      A nova vertente de pedinte!!! (passei o poema aqui)


      Amanhece. Voltam à vida real.

      'The years shall run like rabbits,
      For in my arms I hold
      The Flower of the Ages,
      And the first love of the world.'

      W. H. Auden


      O filme é de 1995 e o realizador, Richard Linklater, ganhou o Urso de Prata de Berlim.

      terça-feira, 21 de dezembro de 2004

      Snail

      All your seven dreams
      Look close, son, and you'll believe
      As your things come undone
      See you are the only one

      Flower, seize the hour I did
      I wait
      Waiting, waiting for your wake
      I'll wait

      When you wake up you're all weak
      Throwing your life away
      Someday, sorry coming home
      Sorry snail
      What you wait for

      Flower, the pain will wash away, away
      When the sun shines
      Climbs through your window into your bed

      When you wake up you're all weak
      Throwing your life away
      Someday, sorry coming home
      Sorry snail
      Down in my heart

      Flower save the hours
      Flower away

      What you wait for
      Flower chase the sunshine
      Flower chase the sunshine
      Flower



          The Smashing Pumpkins

          domingo, 19 de dezembro de 2004

          O Principezinho

          Que personagem sou eu?

          pilot.
          You are the pilot.


          Saint Exupery's 'The Little Prince' Quiz.
          brought to you by Quizilla

          quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

          Constança

          Estou tão orgulhosa...

          quarta-feira, 27 de outubro de 2004

          É assim que tem de ser?

          Acho que, tirando as recordações, tudo acaba por ser esquecido...
          As pessoas vêm e vão nas nossas vidas... as paixões, os amores e até as amizades. As amizades... estas transformam-se num "olá, tudo bem?". Melhores amigos deixam de o ser, são agora conhecidos, ou quase nada. Ora, se calhar, é o ciclo da vida, é assim que tem de ser.
          Não sei... a mim assusta-me saber que vou cair no esquecimento e que vou esquecer. Que já esqueci. Que já fui esquecida. Não consigo deixar de me assustar... Acho que a palavra é "transitoriedade" (que, aliás, eu adoro).
          Sinto que, neste momento, estou a perder pessoas de quem gosto, e que estou a ser perdida... Mas nem tudo é mau, vêm outras pessoas e, apesar de não serem totalmente satisfatórios, os reencontros (alguns) vestem-se de uma magia apaziguadora (ou não, se provocarem mais constrangimento que prazer).
          Pois é... parece-me que o saldo não é positivo...
          Que fazer? Trabalhar para evitar o afastamento (ou esquecimento) ou aceitar o facto de que, se calhar, é o ciclo da vida? Acho que a resposta está noutra pergunta. Afinal, o que queremos? Esquecer, afastar-se, ou manter laços para sempre? Antes de se saber o que se vai fazer, tem que se decidir o que se quer.
          Quero-te para sempre? É assim que tem de ser?

          segunda-feira, 18 de outubro de 2004

          "You Stupid Man"

          Quantas de nós já não utilizaram ou tiveram vontade de utilizar esta expressão?

          sábado, 18 de setembro de 2004

          O Tempo

          Fiz uma série de resoluções...
          Bem, foram só 3, uma fácil, uma muito díficil e uma ainda incerta e enevoada.
          Tenho vindo a adiá-las há um tempo, a pensar que fica pra depois, daqui a uns tempos...
          Mas não quero adiar mais, quero que o momento ideal seja agora, aproveitar todo tempo que tenho, antes que ele me pregue uma partida...


          Excerto de "As I Walked Out One Evening ", escrito em 1937

          "The years shall run like rabbits,
          For in my arms I hold
          The Flower of the Ages,
          And the first love of the world.

          But all the clocks in the city
          Began to whirr and chime:
          O let not Time deceive you,
          You cannot conquer Time."

          W. H. Auden

          quarta-feira, 15 de setembro de 2004

          Audição

          Ao som de Sigur rós – ( )

          Hoje escrevo sobre o próximo sentido - a audição. E ainda bem que este pequeno momento de escrita decorre ao som de um tão brilhante e genial som. Assim, escreverei de outro sítio qualquer, outro mundo, outro ser...

          Such are promises, all lies and jest.
          Still a man hears what he wants to hear
          and disregards de rest.
          Simon & Garfunkel
          O que é que eu gosto de ouvir?
          Ora, toda a gente sabe - Música!! Dever-me-ei perguntar então "O que é música para os meus tão delicados ouvidos?".
          Ohhhhhhh
          O maaaar, as ondassss a bater nas rochas, a espuma das ondas, as gaivotas.
          As gotas, gotinhas e gotonas das chuva, a chuva, a chuvinha e a chuvona, a caírem no alguidar cheio de água, no mar, nos vasos das flores, a descerem a rua, a baterem na minha janela.
          A primavera, os passarinhos, as andorinhas e os pardais, a rola, o canário e o periquito.
          Um bater de porta, um toque de campaínha, os passos de quem chega, um telefone, um telemóvel a tocar, na hora certa.
          Os cânticos que acompanham os orgãos nas igrejas, os sinos e os relógios que anunciam algo.
          O Artémis a miar, a ronrrrrrronarrrrrr e a fazer uma série de outros sons que não sei o nome, que me levam ao céu.
          Um beijo, um susssssurro, um gemmmmido de prazerrrr, os sons do amor.
          Palmas, uma faca num copo, a mão numa perna ou numa mesa, um asssssobio de um dedo que gira num copo de cristal.
          Um segredo. Um elogio.
          Um comboio a chegar ou a partir da estação.
          A palavra Goooooooooooolo.
          O meu nome, excitado, calmo e sereno.
          A voz de quem gosto.
          Música...

          terça-feira, 14 de setembro de 2004

          I Wish

          o que me chateia mesmo é a falta de tempo
          eu vou a um site com um milhão de links
          cada um com outro milhão de links
          e eu sei que não posso ver todos e queria
          e depois tenho que escolher
          e nem sempre escolho bem
          e detesto tomar decisões
          e estou farta disto tudo!
          e também queria falar francês, e chinês, e alemão
          e queria saber desenhar e pintar
          e também quero tocar bateria, harpa e gaita de foles
          e quero ter tempo pra ouvir todas as músicas do mundo!
          e que me saia a lotaria
          e ir ao Japão e comprar tudo o que só há lá
          e queria que o Japão fosse já aqui ao lado
          ah, e também quero que o Artémis comece a falar!
          e sim, sei que não estou doida
          só quero dizer tudo o que quero dizer

          uh, que post excelente!

          Delusion angel by David Jewel

          O meu filme preferido é o Before Sunrise.

          Daydream, delusion, limousine, eyelash
          Oh baby with your pretty face
          Drop a tear in my wineglass
          Look at those big eyes
          See what you mean to me
          Sweet-cakes and milkshakes
          I'm delusion angel
          I'm fantasy parade
          I want you to know what I think
          Don't want you to guess anymore
          You have no idea where I came from
          We have no idea where we're going
          Latched in life
          Like branches in a river
          Flowing downstream
          Caught in the current
          I'll carry you
          You'll carry me
          That's how it could be
          Don't you know me?
          Don't you know me by now?

          quinta-feira, 2 de setembro de 2004

          Eternidade

          Lembro-me dos candeeiros da Nazaré. Aquela luz fosca laranja colada à parede das casas. A luz pálida que entrava nas janelas, protegidas apenas por um cortinado de flores de um tecido barato. Cortinados de flores com anos, testemunhas de dias prazerosos de praia. Os candeeiros de luz laranja das ruas da Nazaré. Aquelas ruas pequenas com calçada de pedras irregulares, polidas pelos passos das varinas. Calçada que fede a peixe e dejectos caninos. Espinhas abandonadas, dispersas nos intervalos das pedras. Pequenas travessas que unem as ruas compridas que vão dar à praia. Areia e mar. Cheiro a peixe que seca nos passeios da praia. Marginal que fede a peixe aberto ao meio que seca ao sol. Sorvetes de cones cobertos da fuligem do escape dos carros. Sorvetes de morango e baunilha. Chocolate e baunilha. Sorvetes que derretem no longo caminho até à barraca. Barracas de pano cru. Às riscas. Liso. Que fecham à hora do almoço, guardando segredos e pertences. Uma muda de roupa. Um beijo escondido. Urina e fezes de crianças enterradas na areia. Castelos que não levamos para casa. Que as ondas levam. Que um cão pisa. Que um humano destrói na tentativa de imortalidade. A Nazaré. Infância tornada eternidade.